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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O não.

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."      (CL)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Passa.

Sei que vai passar, sempre passa, você vai se entrega ao prazer que a vida tem pra te dar, se envolve e sente como se fosse a única vez, a única paixão e o início de um ciclo amoroso pela vida, mas não, passa, sempre passa. Depois? O silêncio, um longo e triste silêncio que se alastra por dentro, até chegar essa mesma sensação onde sinto a alegria que todos sentem na noite. Às vezes sinto vontade de me entregar, gritar até todos ouvirem que eu amo alguém mas não sei como, não sei acreditar nessa possibilidade de amor, mas queria, sério!
E essa coisa passageira, esse passageiro em que pego carona por uns dias me rodeia em momentos de luz, em que minha mente não fica sozinha de novo, mas sim, com alguém de que eu estou "gostando" nesse tempo que ele continua comigo. Mas eu acordo no dia seguinte e passa, não sei explicar, sei que não me lembro e não quero saber o que aconteceu, me sinto presa em não querer sofrer, em magoar mais alguém em que já magoei, ou talvez em prender um coração só por mimo.
Enquanto isso escrevo na carona desse passageiro, mas não sei até quando vou andar com ele, não sei o quanto vai durar, talvez um ano, seis meses, ou até amanhã. Mas aproveito enquanto há tempo pra sentir alegre. 

domingo, 18 de setembro de 2011

Eu estou confusa, estranha, já não sei mais o que eu sinto direito. Parece que meus sentimentos estão misturados, estou com um certo nervosismo, estou com medo, mas ao mesmo tempo estou tranqüila, estou com um frio na barriga, não sinto fome, e tenho uma pessoa que não sai da minha cabeça. Talvez seja bobagem minha, talvez seja algum pressentimento, apesar de eu nunca ter tido um. Nem eu sei mais o que está se passando pela minha cabeça. Meus pensamentos estão bagunçados, parece que tem um peso sobre mim, mas eu não consigo descobrir onde ele está. Eu me sinto cansada, mas ao mesmo tempo, com uma certa disposição, eu me sinto mal, mas sobre outros assuntos eu me sinto incrivelmente bem. Eu tento escrever o que sinto, mas por maiores os textos, o que passa pela minha cabeça é inexplicável.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011


Eu não poderia sentir essa necessidade como mil vozes escondidas sussurrando “isso é quem você é?”. E você luta contra a pressão, a necessidade crescendo como uma onda, perfurando e insistindo, cutucando para ser alimentado. Mas o sussurro fica mais alto até gritar: “AGORA”.
E é a única voz que você ouve a única voz que quer ouvir. E você pertence a isso, a essa sombra própria a este passageiro sombrio.  
Dexter